quinta-feira, 26 de maio de 2011

Igreja que usa bem o poder que possui, ora!






Pode até não ser algo declarado, mas pelo menos é consenso pensar que a forma como muitos definem o conceito de poder restringe-se a um desses três fatores: Um bom patrimônio físico ou financeiro, condição social; poder de influência na forma persuasão. Não ignoramos o fato que cada um desses fatores, carrega o seu poder de ação. E até digo que são fatores concedidos e usados por Deus.
Como deve ter percebido, citamos fatores que dependem da ação e responsabilidade humana. Mas, seriam apenas estes, os fatores que definem o que conhecemos como de poder?

Quando lemos um pouco da história da igreja, logo se percebe que esses mesmos fatores há bastante tempo, são considerados de grande importância. Sua relevância, portanto, não se dá só no âmbito secular da vida apenas, mas no religioso também. Basta lembrar que por séculos a finco, a igreja medieval se ostentou como uma “igreja de poder” com base nesses três fatores ora citados, patrimônio físico e financeiro, condição social e poder de influência. Não seria estranho que em nossos dias, encontrássemos igrejas ostentando-se nesses mesmos três pilares do passado.

Pergunto então: seriam esses os únicos fatores, já que como consenso são os que surgem,? O que caracteriza uma igreja de poder?

A resposta está na própria história da igreja. Quando esta passou a avaliar a sua esfera de poder com base nesses três fatores, não só fez uma escolha equivocada, como excluiu o que de mais poderoso tinha, o poder da oração.

O poder da igreja está no vínculo que ela mantém com o Senhor Jesus Cristo, através da oração.


Pergunto novamente: Como está o vínculo que a nossa igreja tem com Cristo? Como está o nível de poder que pensamos ter?

Em Atos 12.1-5 encontramos o seguinte:
Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar, fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João. Vendo ser isto agradável aos judeus, prosseguiu, prendendo também a Pedro. E eram os dias dos pães asmos. Tendo-o feito prender, lançou-o no cárcere, entregando-o a quatro escoltas de quatro soldados cada uma, para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da Páscoa. Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele.

No contexto da passagem, encontramos a descrição de tempos difíceis. A igreja era assolada como em poucos momentos da história. Como se não bastasse a perseguição por parte dos judeus, os cristãos agora são considerados inimigos do estado, do Império Romano. A mudança na vida dos cristãos primitivos tinha de ser radical! Pois, desde, que Saulo que saíra em perseguição aos do caminho, as notícias corriam que ele sumira, e as coisas só pioravam com isso. Jerusalém não representava um lugar seguro, os cristãos agora dispersos, tinham que procurar outro lugar como sede para a igreja, e Antioquia, surge no como novo contexto para a igreja.
Herodes, no desejo de satisfazer a classe religiosa judaica, passa a fio de espada a Tiago, irmão de João e põe em cárcere a Pedro, muito provavelmente para dar o mesmo destino de Tiago. Só não fez, porque àqueles dias eram os dias de Páscoa. Em breve resumo, há um considerável acúmulo de problemas sobrevindo à igreja.

Em tais condições, nenhum dos três fatores citados acima como de poder, a igreja tinha. Não tinha patrimônio nem físico tão pouco financeiro, não tinha boa condição social, pois a “reputação” da igreja não era vista com bons olhos, embora fosse; tão pouco tinha influência, já que foram negadas todas as possibilidades de defesa.

Para muitos a falência da igreja era coisa certa! Era só uma questão de tempo e paciência.

Como então a igreja reagiu e respondeu a todas estas coisas?

A resposta que a igreja deu foi surpreendentemente poderosa, para todas as ameaças e ataques a sua demonstração de poder foi se pondo na presença de Deus em ORAÇÃO. (v.5b “mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele”.)


A oração é um sinônimo poder para a igreja, porque através desse poderoso recurso, ela DECLARA A SUA NECESSIDADE DE DEUS.
O que a igreja em si, podia fazer em face do império romano? O que a igreja em si, tinha a oferecer em troca como fiança? O que a igreja em si, podia alegrar em sua defesa? Nada, a não ser orar; e isso ela fez!
Quando a igreja se reúne em oração, ela está abrindo portas para que Deus a fale. Isso foi o que de imediato aconteceu a Pedro, agora em cárcere e com quatro escoltas de quatro soldados e a própria igreja reunida em oração.
As implicações aqui podem ser diversas, mas citamos apenas algumas:
Na impossibilidade de declarar sua defesa aos homens, a saída é orar; na falta de espaço para agir diante dos mesmos, o caminho é orar; quando as tristezas lhe sobrevierem por falta de respostas, busque a oração.
Veja o que diz Neemias 1.2-4. As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.


A oração é um sinônimo de poder para a igreja, porque através desse poderoso recurso, elaDECLARA A SUA NECESSIDADE DE UNIÃO.
Isso contraria o que muitas vezes fazemos em face dos problemas que afetam nossas igrejas. Muitos decidem por não mais estarem juntos, perseverando e orando. Nada de errado de prurar um refúgio se necessário for! Lembre-se que a igreja estava refugiada, mas unida, perseverante e orando a Deus.
Na vida, quando sentimos a necessidade de algo, logo aplicamos em nossa vida alguns passos que nos ajudarão a suprir tal necessidade. Os passos são: conscientização (ato de reconhecer a necessidade); programação (ação para alcançar a necessidade); esforço ou sacrifício (investimento para sanar a necessidade).

É certo! Havendo seriedade e persistência de nossa parte nesses três passos, muito dificilmente qualquer necessidade ou problema persistirá por mais tempo.
Sempre que penso em união em torno de um propósito comum, lembro-me do esforço dos moradores da terra para construírem a Torre de Babel. Certamente que foi uma união com objetivos errados, mas o método empregado não foi, pois foi um método de grande poder de realização também. Veja! Gênesis 11.6 “e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.”


A oração é um sinônimo de poder para a igreja, porque através desse recurso, ela DECLARA A SUA NECESSIDADE DE OBTER VITÓRIAS.
Considere que a maior proposta da vida cristã é sintetizada pelo termo VITÓRIA! Em todas as áreas e esferas da vida humana. A própria RESSURREIÇÃO de nosso Senhor Jesus, representa a vitória em última instância, sobre o maior de todos os nossos medos que o homem tem; a MORTE. Romanos 8.37 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.


O fim não poderia ser diferente! Diante daquela demonstração de que carecia do auxílio de Deus, a igreja que orava não ficou sem respostas. Pedro é retirado do cárcere por um anjo envidado da parte do Senhor e, já estando fora, sua reação foi: Atos 12.12 “Considerando ele a sua situação, resolveu ir à casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam.
Não há dúvida que todo um evento histórico, sofre grande influência por parte de um grupo, chamado igreja, que em seu momento de perseguição e dor, decidiu colocar em ação o que tinha de mais poderoso, a oração. Fica então a lição que, igreja que tem poder, usa através da oração.
Pr. Sérgio Gledson

Nenhum comentário:

Postar um comentário