quarta-feira, 22 de junho de 2011




Você já ouviu falar de “crente pavão”? Algo assim é possível, porque apelidar é algo muito natural para nós brasileiros. Alguns apelidos são inofensivos, outros não. Alguns captam alguma característica física do tipo, um olhar, o modo de falar, o andar etc. Há apelidos que mais parecem uma forçação; mas a grande maioria tem semelhança com algo na pessoa. É o que julgam do apelidado “Crente Pavão”!

(1) Anda sempre com a postura de “rei”;
(2) É averiguador em tudo e sobre todos;
(3) Acha-se o mais (bonito) entre os que estão a sua volta;
(4) É altivo mais precisamente soberbo;
(5) Mostra-se incapaz de olhar para a feiúra dos seus próprios pés.

Embora se trate de um quadro apenas ilustrativo, sempre há alguém assim perto de nós, não é verdade? São pessoas que costumam ter excessivo prazer por si. Não que isso seja algo ruim, mas, somado a tal atitude, existe a atitude de depreciar com muita facilidade as pessoas que a sua volta.

Em contra partida, encontramos que a Bíblia traz algo semelhante a isso. E, todas as vezes que encontramos paralelos na Bíblia, isso deve despertar em nós, imediato interesse em procurar saber o que Deus tem a nos dizer a respeito. Neste caso, o perigo de ser apelidado e conhecido como “Crente Pavão”.

Texto: Lucas 18.10-14

Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.

Alguns destaques introdutórios e importantes devem ser feitos:
(1) Mesmo se tratando de uma Parábola, Jesus não fala de algo distante;
(2) Ele mostra que o orgulho também penetra o campo da espiritualidade;
(3) Jesus assegura que o orgulho espiritual é danoso às vias de comunhão;
(4) Por se tratar de um pecado, o orgulho tem suas facetas: há o orgulho material; há o orgulho intelectual e o pior deles; o orgulho espiritual.

Distintamente, o orgulho espiritual difere dos demais por ter “casa própria”. Ele reside no íntimo do coração. É gerado internamente, e pode levar a ruína eterna.

A nocividade do Orgulho Espiritual na vida, é que ele é a causa principal das: Discórdias; Facções; Dissensões; no seio religioso.

Quais seriam as prováveis causas que podem gerar o orgulho espiritual na vida de uma pessoa?



A primeira causa é: FALTA DE AUTO-AVALIAÇÃO. (v.10-11)
Não se sabe se estes dois judeus eram conhecidos, amigos, vizinhos ou parentes. O certo é que mesmo indo a caminho do templo, um deles se preparava para o que chamamos “trairar”. Isto é; enaltecer sua imagem depreciando a de quem bem ao seu lado estar. Sem uma demora, pessoas assim logo tomam à frente procurando expor primeiro o que pensam, fazem ou julgam como verdade ou, impróprio aos seus próprios olhos. No caso, o fariseu toma a si próprio, como régua de medição, o que é muito comum.
(v.11) Ele descreve ações que dificilmente naquela cultura, passariam impunes;
• Talvez inconformado por algo que não tinha, é que. Salmo 73.2-16
• Todas as investidas são cruéis e mortais.
(v.12) Tomando um passo mais adiante, por se achar inquestionável, ele declara a sua própria “justiça”. Isaías 64.6
• Jejua duas vezes por semana – o Jejum era um favor pessoal;
• Dizimava de tudo – o Dízimo era uma responsabilidade tanto jurídica como espiritual para todo o judeu. Malaquias 3.8-9

Atitudes que bem parecem com a imponência do pavão.
Incapaz de olhar os pés (sua vida), o fariseu não abre oportunidade para avaliar a natureza de suas palavras. Tão pouco o que as motivavam. Por quê?

A) FIXAÇÃO DE OLHAR INAPROPRIADO.
Salmos 84.10 “Pois um dia nos teus átrios vale mais que mi...”
Quando fixamos olhar de modo inapropriado, tudo muda de sentido.
O parecer de Asafe (v.17 ”até que entrei no santuário”) parece não ter sentido algum para este fariseu. Ele chega, entra e, não muda o sentido nem o fixar do olhar.
• O lugar toma outro sentido (Templo/Tribunal);
• Pessoas têm outro valor (Semelhante/Inimigo);
• A Oferta muda de significado (Gratidão/Indenização);

B) FIXAÇÃO DE PENSAMENTO EQUIVOCADO.
Salmos 42.7 “Um abismo chama outro abismo...”.
Pode-se afirmar que um abismo já existia em sua vida. O abismo da maldade, da presunção, e do tornar coisas sagradas em profanas.
• No momento da adoração, acusações não são cabíveis;
• No momento da adoração, avaliações alheias também não.

Isso ocorre quando o Orgulhoso Espiritual está instalado na pessoa. Ela se nega a fazer uma auto-avaliação dos seus próprios atos.
I Coríntios 11.28 “Examine-se, pois, o homem a si mesmo...”
II Coríntios 13.3-6 “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé..."
O termo “examinar”, traz a idéia de “apurar, atestar” ação comum entre ourives.
I Coríntios 3.12 “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é...”

Implicações: Para Deus o critério de avaliação humana é inapropriado.
Cuide para que a preocupação com outros, não te impeça de oferecer a sua oferta.

A segunda causa é: FALTA DE SENSIBILIDADE DE SI MESMO.
O orgulhoso espiritual transmite para a pessoa, a falsa idéia de ser inatingível. Isto é; de ver-se incapaz de errar e de contrair falhas. Por conta disto, ela credita estar num grau acima de seus semelhantes, questionando a qualquer um que cruze o seu caminho. Naquele dia, era o publicano que cruzou o caminho do fariseu.
O publicano era a vítima e por assim ser, jamais passaria despercebido.

A) OBSESSÃO EM ENCONTRAR ALGO ERRADO (Vasculha).
Embora não acuse inicialmente o publicano de negligência na falta do jejum e do dizimar, ele impetra algo pior “denuncismo” sem provas.
• Levanta suspeita;
• Insinua de modo moral (morte em vida).
Na insinuação, mesmo que seja por falta de prova, a pessoa já está sob condenação.

B) NECESSIDADE EM ENCONTRAR ALGUÉM ERRADO.
Ele diz achar o que não é; impedindo-o de ouvir o que ele pode ser!
Não achando ser suficiente, o levantar da suspeita, APONTA um culpado.
• Todos SÃO: hipócritas, imaturos, descompromissados e incapazes.

Provérbios 28.26 “O que confia no seu próprio coração é insensato.”
Romanos 7.23 “Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado...”.
Jeremias 17.9 “Enganoso é o coração, mais do que...”.

Implicação: O Orgulhoso Espiritual tem prazer em expor pecados alheios, por não parar e se envergonhar dos seus. O grande perigo por traz daquele que impetra condenação aos outros, é descobrir que carrega sobre si uma mais pesada ainda.

A última causa é: ACOMODAÇÃO E FALTA DO DESEJO DE CRESCER.
A falta do desejo de crescer evidencia-se no modo como se ORA.
É surpreendente que Jesus não menciona a falta de oração. E sim, o uso indevido!

A) ORAÇÕES DE DISCURSO FECHADO.
Na PSICOLOGIA, uma das técnicas utilizadas para desviar a culpa do paciente é: CULPANDO – O que denominam de Projeção da Imagem.
• Em orações assim o falar de Deus é nulo para a pessoa;
• Em orações assim o ouvir e o receber se mostram cauterizados.
“orava de si, para si”

B) ORAÇÕES SEM CONFISSÃO DE PECADOS.
O Orgulhoso espiritual impede a pessoa de declara-se um pecador.
• Incapacita-o de receber conselhos.
• Impede-o de ver-se como alvo da mensagem de Deus.
• Impossibilita-o de reconhecer que precisa mudar e abandonar o erro.

Implicação: Sem uma abertura no falar, até o ato de pensar é proibido.
É preferível chegar de mãos vazias diante de Deus e sair de mãos cheias, do que chegar de mãos cheias e sair de mãos vazias.

CONCLUSÃO: Como são profundas as palavras de Deus! Por traz delas, observamos que o grande prejuízo sobre o que carrega a imagem de ser um ORGULHO ESPIRITUAL, é o de ser o mais vazio de todos. Um típico crente pavão.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Jesus, firme fundamento para a esperança.




Costuma-se dizer, que existem pelo menos dois elementos comuns e responsáveis pela desesperança dos homens; a esperança em excesso, que o põe numa esperar além da realidade e do que precisa; e a própria falta ao mínimo que tanto espera.

Ilustramos esse quadro, com milhares de pessoas que ainda madrugada, trocam seu precioso sono, pela difícil disputa de fichas nas portas dos Postos de Saúde, em peregrinação a uma consulta médica. Ao recebê-la, os corações se enchem de irradiante esperança e calma! Para poucas horas depois, como de costume é, serem informadas que por algum motivo banal, não serão mais atendidas. O esvaziamento da esperança contida nos corações é imediato! Deixando novamente um vazio, agora mesclado de decepção e dor.
Dessa forma, passamos a ver que o problema em torno da esperança, nem tanto é se ela existe; haja vista que ninguém vive sem ter uma esperança; mas no que ela está sendo firmada, no que comumente a empregamos.

Considere o que diz o apóstolo Paulo: Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. I Coríntios 15.19

Firmando como base, a pessoa do Senhor Jesus, como firme fundamento de nossa esperança, destacamos algumas razões que a Palavra de Deus, oferece no sentido que em Cristo, nenhuma esperança será frustrada.

I João 2.27-29

Boa parte das frustrações que temos na vida, se dá por aquilo que decidimos acreditar. Nem tudo que se acredita e deposita parte dos esforços, constitui como sendo algo verdadeiro. Ao escrever às igrejas da Ásia Menor, João alerta seus leitores a tomarem muito cuidado no que estavam ouvindo e de quem ouviam; pois, muitos falsos cristos estavam rodeando a Igreja. Não por menos, o Gnosticismo se infiltrava muito rapidamente, nas conversas e debates daquela sociedade. O objetivo tanto dos falsos cristos, como do gnosticismo era um só; remover a esperança que ora tinham os crentes, depositado em Jesus Cristo.

Como estabelecer a nossa esperança em Jesus, como firme fundamento?

Em primeiro lugar: LEMBRE DA UNÇÃO RECEBIDA. “a unção que dele recebeste”. (v.27)

Ao invés de estabelecer qualquer linha ideológica, filosófica e até mesmo espiritualista como o gnosticismo apregoava, João apresenta como prova, um aditivo que só o crente possuía, esse aditivo era a pessoa do Espírito Santo.

A) UNÇÃO INVARIÁVEL (Porto Seguro).
Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações. II Coríntios 1.21-22

Toda a nossa garantia, tanto a de promessa como a de cumprimento é dada por Deus!
É invariável, porque concede ao crente o discernimento necessário para tomar decisão entre a verdade e a mentira.

É invariável porque o Espírito Santo é Deus. Atos 5.3-4

B) UNÇÃO DISCIPULADORA. (Pedagogo)
Em substituição a Lei, que servia para nós como Aio para levar-nos a Cristo, uma vez encontrando-o e aceitando-o, temos agora o constante auxílio do Espírito Santo, ensinando passo a passo, as coisas concernentes a Deus e a Sua vontade.

E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o SENHOR; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados. Jeremias 31.34

Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar. Lucas 12.12

Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. João 14.26

C) UNÇÃO QUE SARA.(Balsamo)
Ao usar o termo “unção”, João discorre, nos muitos benefícios que o Espírito Santo, exerce sobre o crente. Entre eles, o de sarar, tornar puro. Os judeus sabiam bem disso, pois lhes era algo bastante claro. A unção [como preparo], equivale aos remédios de manipulação de hoje. Contendo ervas aromáticas e medicinais, o resultado sobre o que era ungido era imediato! Um alívio abençoador, acompanhado por um frescor que ia até a alma aflita e angustiosa. Pois, Deus agia sobrenatural e soberanamente para trná-lo único!

A presença do Espírito Santo em nós é abençoadora, porque nos dá grande esperança.

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Salmos 133.2

Recorrer ao Espírito Santo pela oração, nos momentos de angústia e tristezas, resultará em ser por Ele assistido.

Alternativas podem surgir no sentido de suprir necessidades físicas e emocionais, mas espirituais e morais, só com o Espírito de Deus.

Jesus, firme fundamento é, porque nos deu sua unção.

Em segundo lugar: LEMBRE DO RESGATE QUE OFERECE (v.28 “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele...”)
A todo o instante encontramos pessoas tentando nos convencer de algo que julgam ser necessário para nós. Certamente que não podemos rejeitar a tudo, nem a todos!
Todavia, nos quesitos de fé e salvação, bem pouco merece atenção; isso também se aplica a prováveis pessoas a nossa volta.

Somado ao que creio já ser a direção do Espírito Santo, avalie quem merece receber a tua esperança pelo que em seu favor fez. As palavras podem soar doces, mas a intenção esta é a que vale!

Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Romanos 5.7-8

Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece. João 15.19

Em meio ao sofrimento alheio, nada tem se mostrado tão eficaz, do que a experiência de já tê-lo vivenciado como parte da vida.

(v.28 “Permanecei nele...”) Por quê?

Certamente, pelo que em sua vida providenciou resgate por nós.

A) RESGATOU A NOSSA DOR E O NOSSO SORIMENTO.
Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Hebreus 2.17

Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Hebreus 4.15

B) RESGATOU A SOLIDÃO MANTENDO-SE FIEL.
Toda prova de fidelidade, se dá na pessoa ter de passar pelo que não lhe seja necessário. Jesus não precisava passar em nosso lugar pelo que passou. Isto fez, por amor e por ser fiel. Também assim fez, para nos dizer que em nenhum outro momento, iria nos abandonar.

Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Hebreus 13.5

Não pode ser sensato o abandono de quem nunca nos abandonou. Permanecer com Cristo é depositar nossa esperança naquele que entre outras coisas se manterá fiel.

Jesus firme fundamento é, porque providenciou resgate para o pior em nossa vida.

Em último lugar: LEMBRE DO QUE PROPICIA. (v.29 “Se sabeis que ele é justo, reconhecei...)

Uma verdade que jamais pode ser esquecida. Somos em Cristo Jesus, nova criatura! Não estamos mais sujeitos a agir por conta própria, tão pouco para a nossa própria ruína. Como era a Lei de Talião “olho por olho, dente por dente”, antigo Código de Hamurabi.

A) VIVA CONFORME A SUA JUSTIÇA.
Ao invés de impetrar justiça própria, ao invés de revidar a medida do mal que injustamente recebeu, lembre-se que agora; você vive através da justiça de Jesus. Lembre que o nosso senso de justiça de nada vale perante ele. Isaías 64.6; Tiago 1.19-20

Quando praticamos a justiça outorgada por Jesus, podemos ter esperança.

B) ESPERE POR SUA JUSTIÇA.
Após ter assegurado a volta de Jesus, João chega enfim no momento de desafiar os crentes a permanecerem firmes!
Chegará em breve o dia em que o Senhor trará a luz, todas as coisas. Ele tem reunido cada coisa, para esse momento.

Tu estás perto, SENHOR, e todos os teus mandamentos são verdade. Quanto às tuas prescrições, há muito sei que as estabeleceste para sempre. Atenta para a minha aflição e livra-me, pois não me esqueço da tua lei. Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me, segundo a tua promessa. A salvação está longe dos ímpios, pois não procuram os teus decretos. Muitas, SENHOR, são as tuas misericórdias; vivifica-me, segundo os teus juízos. Salmo 119.151-156

Chegamos ao fim deste sermão, tendo uma certeza. Conforme vemos, o conceito de esperança deve perdurar por toda a vida; bem mais que a momentos apenas. Deve ser algo que propicia um caráter firme e que se fortalece a cada experiência da vida. Não pode favorecer o medo ou o engano. A verdadeira esperança não é efêmera. Não pode morrer por pouco, mas, sustenta na própria morte se necessário for. A esperança verdadeira, só pode ser desenvolvida se primeiramente, encontrada em Jesus Cristo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Melhor de uma Luta!


Uma revista francesa publicou o rankin dos dez esportistas mais bem pagos da atualidade. Dos dez, quatro deles tem o mesmo esporte como profissão. Você saberia dizer qual esporte seria este? Os quatro esportistas mais bem pagos da atualidade são lutadores.
Há bem poucos dias, a cinematografia brasileira premiou os melhores filmes de 2010; e o filme escolhido para receber o prêmio foi o campeão de bilheteria! Exatos 11.002.441 pessoas, assistiram nas primeiras semanas a apresentação do filme Tropa de Elite2.
É inegável que estes dois dados apresentam a violência como bem aceita pelas massas sociais. O que antes era tido como ato de vilão, agora é tido como ato de mocinho.
Pergunto: Seria o lutar algo tão vantajoso assim? Será que todas as vezes que lutamos, ganhamos? O lutar é regra de Deus para as nossas vidas?
Creio ser oportuno em momentos de crise, ou de mudança de hábitos e pensamentos, nos voltarmos para o que é regra para todos os tempos, o que na Palavra de Deus, encontramos como resposta a tais indagações.

Texto: Daniel 10

Idéia: O melhor de uma luta, é a certeza se devemos fazer ou não parte dela, e isso, com a direção de Deus.

No contexto, o profeta Daniel é escolhido por Deus para conhecer dados até então, restritos somente ao próprio Deus. São dados confidenciais próprios ao futuro como ao povo judeu.
O período da revelação é o da Grande Tribulação, e o teor é Apocalíptico, livro de Apocalipse de autoria do apóstolo João. Tratando-se desse contexto, é certo que o período é caracterizado por duras lutas. Lutas envolvendo todos os aspectos o esferas da vida humana, física, emocional e a espiritual, principal de todas.
Daí, podemos obter algumas verdades dessa revelação que fala de lutas, e tirar alguns princípios que a Palavra de Deus nos oferece como próprios ao nosso viver.

O primeiro princípio é O QUE NUMA LUTA É VERDADEIRO. (v.1 “a palavra é verdadeira e fala de um tempo prolongado”)
Amados, nem toda luta revela o que de fato ela é!
É comum após certo período de luta, descobrir que os ideais, já não são os mesmos do início. Que já não se justifica a permanência ou risco a correr.
Podemos saber de uma coisa! Só Deus, é quem pode revelar com precisão e veracidade o que está por traz de uma luta. A palavra de Deus, portanto é esclarecedora em questão específica. E tudo que Deus revelar saiba, é a VERDADE.

II Coríntios 13.8 Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade.

CONCORRER COM TUDO A NOSSA VIDA.
Já observou que nenhuma proposta de luta vem desprovida de “valor” ou “ameaça”? Sim, todas as vezes que uma luta bate a nossa porta, sugere que de alguma forma obteremos algo a mais na vida. Quando não traz essa idéia, oferece a ameaça de perca como proposta irrecusável.
Isso ocorre, porque toda luta vem imbuída da concorrência. Verdade, é, ninguém luta sem um valor em questão! Quer seja um bem, uma pessoa ou causa específica. Tudo têm o seu preço, e por isso é que lutamos.

CONSUMIR AS NOSSAS FORÇAS. (vv.2,8)
É assustador como às lutas nos consomem! Em reportagem na semana passada, um programa apresentou a força que a “anaconda brasileira” emprega sobre suas presas. Ao tomar uma ave como sua presa, ela empreendeu um acocho de 01:00hs ininterrupta. Se comparado a força que um homem que só pode empregar 0:15min, a anaconda seria vencedora.
Já no etxto bíblico, Daniel é consumido por lágrimas e dor. Dias a finco foram empregados naquele sofrimento. O resultado é obtido por suas próprias palavras. (v.8 “... e não restou força em mim...”) Obs.: Daniel era apenas um expectador!

II Samuel 14.31 Feriram, porém, aquele dia aos filisteus, desde Micmás até Aijalom; e o povo (ficou exausto) desfaleceu em extremo.

ELAS CAUSAM GRANDE TRISTEZA. (v.3)
Na simplicidade da vida humana, um dos melhores e mais accessíveis prazeres que compartilhamos é o ato de comer e beber bem. Sem dúvida, são coisas de “encher a nossa boca”, não é verdade?
Todavia, o ato de lutar rouba esse nosso prazer. Em alguns casos, a demora numa luta causa grande inanição a pessoa, que se abate, enfraquece e em casos mais extremos até perde sua vida.
Não é por menos, pois quando lutamos, costumamos empregar todas as nossas forças; físicas, emocionais e espirituais também.

Lucas 22.44 E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.


Implicações: Numa luta não é atingido somente àquele que nela está.
O ato de lutar não pode ser visto como sinônimo que tudo vai bem.
Não é comum sorri quando está lutando.

O segundo princípio é O POSICIONAMENTO DE UMA LUTA. (vv.12-13)
São importantes os dados apresentados aqui. Eles devem chamar a nossa atenção para o TEMPO e o LUGAR em que as lutas ora reveladas a Daniel se dariam.

Creio que toda luta tem três (03) características próprias:
(1) De ser situacional: Envolvendo pessoas, bens;
(2) De ser posicional: Envolvendo um ou vários territórios;
(3) De ser temporal: Envolvendo um determinado tempo.

Deus não quer que lutas sejam eternizadas em nossas vidas!

ELAS MARCAM POSIÇÃO.
Na luta revelada a Daniel, um ser angelical assegura que foi enviado da parte de Deus para consolá-lo. Todavia, o Príncipe do reino da Pérsia, um ser também sobrenatural, o impediu de chegar.
O que por certo podemos dizer é que toda luta tem seu início no campo da espiritualidade, estendendo-se aos campos emocionais e físicos.
O objetivo é um só: destruindo o espiritual, o emocional e físico também serão.

ELAS CONFIRMAM CONQUISTAS.
Sem dúvida que a natureza daquela luta era entre dois pólos, Deus e o Maligno.
Mas àquela luta era de um só vencedor, Deus.
Satanás, sempre procurará estabelecer através das lutas, novos campos para a sua atuação na vida do homem. Este, sempre foi o alvo para com o povo de Deus!
É muito comum, que nas lutas o povo de Deus esteja no centro.
Devemos ter muito cuidado para que as nossas lutas, não se travem no campo da deslealdade, contra o nosso próprio povo, isto é, contra o povo de Deus. Satanás tem obtido vitórias em lutas dessa natureza.

ELAS DEVEM OFERECER PRECIOSAS LIÇÕES. (v.11,19)
É certamente um grande alento quando procuramos o resultado final da luta revelada por Deus ao profeta Daniel.
As lições apresentadas aqui são variadas e preciosas.
Podemos destacar que o valor dessa luta, é que Deus concedera a Daniel, a certeza que era uma luta de Deus. Deus a executaria, os resultados eram garantidos, o povo seria vencedor! Daniel seria vencedor!
Destaca-se também, este grande ensinamento: Deus só luta em prol daquilo que AMA! Seu nome, Seu povo, a Verdade.
Bem poderíamos pensar, se o que é objeto das lutas que empregamos, trazem as mesmas motivações de Deus. Devemos sim, lutar! Por aquilo que seja objeto para o nosso amor.
Não devemos lutar! Por coisas as quais o nosso amor não deva estar presente: o mundo, dinheiro, pecado, mentira etc...

Pergunto: Pelo que lutamos? Pelo que deveríamos LUTAR?

Implicações: Lutar para perder não parece ser coisa sensata a fazer.
Lutar por aquilo que Deus declarou como perca ou impróprio a vida, certamente nos põe na posição de lutar contra Deus.
As nossas lutas devem no final, engrandecer o nome de Deus.

Conclusão: Algo que não pode passar despercebido. Daniel soube em meio aquela luta, o quanto era amado por Deus. Um amor que o pouparia de se fazer presente, de ser derrotado ainda que representado por outros dentre seu povo. Um amor que lhe dava a condição de ser mais que um vencedor. Romanos 8.27